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O sucesso profissional é, muitas vezes, uma máscara para o sofrimento.

  • atendepsicoterapia
  • há 6 dias
  • 1 min de leitura

Vivemos em uma cultura que equipara sucesso profissional à felicidade. No entanto, o ambiente terapêutico revela uma verdade contraintuitiva: por trás de carreiras brilhantes, frequentemente se escondem ansiedade, depressão e um profundo sentimento de vazio. O sucesso externo, em vez de curar, muitas vezes serve como um disfarce ou até mesmo um catalisador para a dor interna.


É o caso do empreendedor que trabalha de forma compulsiva, mergulhando em projetos 24 horas por dia para não ter que encarar sua própria vulnerabilidade e solidão, preferindo a previsibilidade da inteligência artificial à complexidade das relações humanas. É a médica bem-sucedida que, por trás de uma fachada de controle e competência, luta contra uma depressão severa e um medo paralisante de perder o controle e se desintegrar, uma angústia intensificada por um diagnóstico que ela teme ser uma sentença. É o jovem CLT cujas crises de pânico no trabalho não vêm do medo de errar, mas do pavor de ser julgado como um fracasso aos olhos dos colegas e da família, validando suas piores inseguranças.


Essas pessoas não sofrem apesar do sucesso; de certa forma, sofrem por causa dele. A persona pública de sucesso se torna uma gaiola dourada, tornando ainda mais difícil admitir a própria fragilidade. Como uma paciente me disse em meio a um sofrimento agudo, resumindo essa dissociação:


"Eu quero matar o sofrimento."


Ela não queria acabar com a vida, mas com a dor que a identidade de sucesso não conseguia aplacar.


A lição aqui é clara: a realização profissional e a paz interior são duas jornadas distintas, e a primeira raramente garante a segunda.

 
 
 

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©2025 - Por Evelyn Oliveira Castro

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