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A 'autossabotagem' é quase sempre uma tentativa desesperada de proteção.

  • atendepsicoterapia
  • há 6 dias
  • 2 min de leitura

Comportamentos que rotulamos como "irracionais" ou "autodestrutivos" raramente são aleatórios. Na terapia, aprendemos a investigar a lógica oculta por trás deles. O que descobrimos é que, na maioria das vezes, a autossabotagem é um mecanismo de defesa disfuncional, uma tentativa desesperada de nos proteger de uma dor ainda maior.


Vemos isso na pessoa que se refugia em relacionamentos com inteligência artificial. Por mais estranho que pareça, é uma estratégia para evitar a dor, a imprevisibilidade e a vulnerabilidade esmagadora das conexões humanas reais. Vemos no jovem que, após uma humilhação profunda no trabalho, busca sexo casual como uma válvula de escape imediata para aliviar a dor da rejeição, mesmo que isso traga culpa e vazio depois. E na mulher que mantém uma frieza emocional e distância em seus relacionamentos, não por falta de sentimento, mas por um medo profundo de repetir um padrão de abuso e controle que viveu no passado.


Esses comportamentos não são falhas de caráter; são estratégias de sobrevivência que um dia fizeram sentido, mas que hoje se tornaram prisões. Entender a "função" protetora por trás da autossabotagem é o primeiro e mais crucial passo para, com compaixão, encontrar formas mais saudáveis e construtivas de lidar com nossas feridas.


As histórias que ouço são infinitamente variadas, mas as verdades que elas revelam são um espelho de nossa humanidade compartilhada. A luta para ser quem somos, o vazio que o sucesso não preenche, a dor de não ser visto e as lógicas ocultas de nosso comportamento são capítulos na vida de muitos de nós, em maior ou menor grau.


A terapia nos ensina que o caminho para a cura não está em eliminar nossas falhas, mas em compreendê-las. Nossos sintomas, medos e padrões repetitivos não são nossos inimigos; são mensageiros de partes de nós que foram feridas e precisam de atenção. A verdadeira transformação começa com a coragem de olhar para dentro e escutar.


E se, em vez de julgarmos nossas falhas e medos, tentássemos entender com compaixão a história que eles estão tentando nos contar?

 
 
 

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©2025 - Por Evelyn Oliveira Castro

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